Amizades
Amizades são uma parte importante
da nossa vida. Desde a criação do primeiro casal, Deus mostrou a necessidade do
companheirismo na vida humana. Em famílias, igrejas e comunidades criamos laços
de amizade. Precisamos compartilhar a vida com outras pessoas.
Na
Bíblia, Deus nos orienta sobre amizades. Ele fala do valor dos bons amigos e
adverte-nos sobre os perigos dos companheiros errados. Ele oferece instrução e
apresenta exemplos que nos ensinam. Estas orientações valem para os jovens que
ainda estão escolhendo o seu rumo, e também ajudam os adultos no seu caminho
pela vida.
A esquerda em pé(Pr.Denilson Lourenço da IPPV) e à direita sentado(Pr.vagner Morais da CPPV)...São ''AMIGOS EM COMUM''
Instruções
sobre amizades
As
Escrituras nos orientam sobre a escolha e o tratamento dos nossos amigos.
Amigos têm muita influência em nossas vidas: "O justo serve de
guia para o seu companheiro, mas o caminho dos perversos os faz errar" (Provérbios
12:26). Por este motivo, a escolha de companheiros é um assunto de grande
importância: "Quem anda com os sábios será sábio, mas o
companheiro dos insensatos se tornará mau" (Provérbios
13:20). No final de contas, nossas escolhas não envolvem apenas pessoas, mas
decidem a nossa direção na vida e na eternidade. Tiago frisou bem este fato
quando perguntou: "Infiéis, não compreendeis que a amizade do
mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo
constitui-se inimigo de Deus" (Tiago 4:4). O mesmo livro fala
de um homem de grande fé que rejeitou os caminhos errados de outros homens e
mostrou a sua lealdade ao Senhor. O resultado desta escolha de Abraão? "Foi
chamado amigo de Deus" (Tiago 2:23). Devemos escolher bons
amigos que nos ajudarão, especialmente em termos espirituais.
É fácil
escolher mal. Muitas pessoas que não amam a Deus e não respeitam a palavra dele
nos oferecem a sua amizade. Às vezes, podemos influenciar tais pessoas pela
nossa fé e o exemplo de uma vida reta. O próprio Jesus fez questão de ter
contato com pecadores, oferecendo-lhes a palavra eterna da salvação (Lucas
15:1; Mateus 9:10-13). O perigo vem quando não confessamos a nossa fé no meio
de uma geração perversa (Marcos 8:38). Ao invés de conduzir outros a Cristo,
deixamos as más influências nos corromperem.
Algumas
pessoas querem nos induzir a pecar contra Deus. "Filho meu, se
os pecadores querem seduzir-te, não o consintas. Se disserem: Vem conosco,
embosquemo-nos para derramar sangue, espreitemos, ainda que sem motivo, os
inocentes; traguemo-los vivos, como o abismo, e inteiros, como os que descem à
cova; acharemos toda sorte de bens preciosos, encheremos de despojos a nossa
casa; lança a tua sorte entre nós; teremos uma só bolsa. Filho meu, não te
ponhas a caminho com eles; guarda das suas veredas os pés; porque os seus pés
correm para o mal e se apressam a derramar sangue" (Provérbios
1:10-16). Infelizmente, observamos a mesma tragédia espiritual na vida de
muitas pessoas hoje. Quantos jovens são induzidos a usar drogas, ou até de se
tornar traficantes, pela influência de "amigos"? Quantos se integram
a gangues e acabam cometendo vários tipos de crime?
Algumas
amizades precisam ser totalmente evitadas:"Bem-aventurado o homem
que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem
se assenta na roda dos escarnecedores" (Salmo 1:1). Quando outros
querem nos conduzir ao erro, precisamos sair correndo: "Foge da
presença do homem insensato, porque nele não divisarás lábios de conhecimento.
A sabedoria do prudente é entender o seu próprio caminho, mas a estultícia dos
insensatos é enganadora. Os loucos zombam do pecado, mas entre os retos há boa
vontade" (Provérbios 14:7-9).
Alguns
dos amigos mais perigosos são aqueles que sempre concordam conosco,
apoiando-nos mesmo nas coisas erradas. "Melhor é ouvir a
repreensão do sábio do que ouvir a canção do insensato" (Eclesiastes
7:5). O amigo verdadeiro nos corrige, e a pessoa sábia procura ter amigos com
coragem e convicção para a repreender quando for necessário. Por outro lado, o
insensato evita pessoas que corrigem e criticam, procurando aprovação acima de
sabedoria. "O escarnecedor não ama àquele que o repreende, nem
se chegará para os sábios... O coração sábio procura o conhecimento, mas a boca
dos insensatos se apascenta de estultícia" (Provérbios
15:12,14). Ninguém gosta de ser corrigido, mas todos nós precisamos de amigos
que nos amam tanto que mostram os nossos erros: "Melhor é a
repreensão franca do que o amor encoberto. Leais são as feridas feitas pelo que
ama, porém os beijos de quem odeia são enganosos" (Provérbios
27:5-6).Paulo mostrou aos coríntios que, mesmo entre pessoas religiosas, é
necessário evitar influências negativas: "Não vos enganeis: as
más conversações corrompem os bons costumes"(1 Coríntios 15:33).
No caso dos coríntios, alguns irmãos estavam espalhando doutrinas falsas,
negando a ressurreição dos mortos. O fato de alguém participar de uma igreja ou
se dizer cristão não é garantia de uma amizade saudável e edificante. Alguns
aproveitam a amizade para induzir outros a aceitar doutrinas e religiões
falsas. Moisés avisou sobre parentes e amigos que incentivam os servos de Deus
a servir outros deuses e mandou que não concordassem, nem ouvissem, nem
olhassem com piedade para aqueles falsos professores (Deuteronômio 13:6-8).
Temos que julgar a árvore pelos frutos (Mateus 7:15-20), retendo o que é bom e
nos abstendo de toda forma de mal (1 Tessalonicenses 5:21-22).
Uma vez
que escolhemos bons amigos, devemos ser bons amigos! As Escrituras nos
aconselham sobre as responsabilidades de companheiros fiéis. Amigos contam com
a presença uns dos outros: "Mais vale o vizinho perto do que o
irmão longe" (Provérbios 27:10). "O olhar de
amigo alegra ao coração; as boas-novas fortalecem até os ossos" (Provérbios
15:30). Por outro lado, não devemos abusar da amizade, causando
aborrecimentos: "Não sejas freqüente na casa do teu próximo,
para que não se enfade de ti e te aborreça" (Provérbios
25:17). Não devemos abandonar nem trair os nossos amigos (Provérbios 27:10).
Amigos verdadeiros não são interesseiros, mas aqueles companheiros fiéis que
ficam nos bons tempos e nos maus: "Em todo tempo ama o amigo, e
na angústia se faz o irmão" (Provérbios 17:17). A amizade
verdadeira traz benefícios mútuos: "Como o ferro com o ferro se
afia, assim, o homem, ao seu amigo" (Provérbios 27:17).
As
orientações bíblicas são valiosas para nos guiar em fazer e manter boas
amizades.
Exemplos
de amizades boas e más
Deus nos
ensina, também, por exemplos. Três gerações da mesma família servem como
exemplos de amizades boas e más. Considere estes casos:
Davi e
Jônatas. Talvez a mais
conhecida amizade na história seja a de Davi com Jônatas, filho do rei Saul. O
ciumento rei tentou matar o jovem Davi, escolhido por Deus como seu sucessor.
Pelo mesmo motivo, Jônatas poderia ter olhado para Davi com inveja ou ódio. Se
Deus não tivesse nomeado Davi, o próprio Jônatas seria rei depois da morte de
Saul. Mas Jônatas não mostrou tais atitudes. Ele manteve uma amizade especial
com Davi durante toda a sua vida. Quando Saul tentou matar Davi, foi Jônatas
quem protegeu o seu amigo (1 Samuel 20). Davi lamentou amargamente a morte
deste amigo excepcional (2 Samuel 1:17-27). Mesmo depois da morte de Jônatas,
Davi mostrou bondade para com seu filho aleijado, Mefibosete (2 Samuel 9).
Amnon e
Jonadabe. Amnon,
um dos filhos de Davi, não escolheu seus amigos como o fez o seu pai. Ao invés
de cultivar amizades boas e saudáveis, ele escolheu como companheiro seu primo
Jonadabe (2 Samuel 13:3). Quando Amnon falou com este amigo sobre os seus
desejos errados pela própria irmã, Jonadabe teve uma oportunidade excelente
para corrigir e ajudar o seu primo. Infelizmente, ele fez ao contrário. Ele
"ajudou" Amnon a descobrir uma maneira de estuprar a própria irmã!
Além de levar Amnon a humilhar e odiar a moça inocente e a magoar profundamente
o seu pai (2 Samuel 13:4-21), o conselho de Jonadabe levou, afinal, à morte do
próprio Amnon (2 Samuel 13:22-36). Jonadabe até teve coragem de tentar
confortar Davi depois da morte de Amnon! Que amigo!
Roboão e
seus colegas. Roboão,
neto de Davi, se tornou rei depois da morte de Salomão. No início do seu
reinado, ele procurou conselho de várias pessoas antes de tomar uma decisão
importantíssima. Ele valorizou a amizade com seus colegas acima da sabedoria
dos homens mais velhos e experientes (1 Reis 12:7-11). A "ajuda"
destes amigos contribuiu para a divisão do reino e diminuiu muito a influência
de Roboão. Nossos amigos podem falar coisas que nos agradam, mas devemos dar
ouvidos à sabedoria de pessoas mais sábias!
O que aprendemos?
De tudo que a Bíblia fala sobre
amizades, devemos aproveitar algumas lições importantes. Entre elas:
Escolher cuidadosamente os nossos
amigos, evitando amizades que nos levariam ao pecado.
Valorizar amigos que nos corrigem
quando erramos.
Cortar amizades que prejudicam a
nossa vida espiritual, especialmente quando os "amigos" incentivam o
pecado e participação em religiões falsas.
Ser amigos fiéis e de confiança,
especialmente nos momentos difíceis quando os amigos mais precisam de nós.
Sempre manter nossa relação com
Deus acima de qualquer amizade humana, confessando a nossa fé no meio de uma
geração perversa.
Quando se trata de amizade, devemos valorizar
qualidade, e não quantidade: "O homem que tem muitos amigos sai
perdendo, mas há amigo mais chegado do que um irmão"(Provérbios
18:24).
Pr.Vagner Moraes